Amores,
Eu nunca achei que fosse frescura, porque sempre tive o cuidado de não julgar a dor do outro. Mas ter empatia é diferente de você vivenciar a dor. Ter empatia te faz humano, e é extremamente importante você respeitar o que o outro está sentindo.
O ano passado eu vivenciei essa dor, e o que eu posso dizer é que é terrível, uma mistura de sintomas físicos e emocionais.
Eu que sempre amei a minha liberdade, o meu direito de ir e vir, me vi presa... Eu queria sair... Mas o medo me dominava.
Muitas vezes eu chegava até a porta... e simplesmente não conseguia sair.
Eu nunca imaginei vivenciar isso, e talvez muitas pessoas tenham passado por isso na quarentena, foram tantos dias dentro de casa, que foi muito difícil retomar a vida.
Eu sentia muita falta de ar, uma angústia no peito, meu corpo chegava a tremer. E o medo me dominava de diversas formas.
Cada pessoa tem uma forma única de enfrentar essa crise, não era falta de fé.... Estava vivendo a fase de maior conexão espiritual com Deus.
Primeiro é importante respeitar o que você está sentindo e assumir para si mesmo que não está bem. Só otimismo não cura nada... Negar e fingir que está tudo bem, só vai intensificar tudo mais pra frente.
O primeiro passo é se permitir sentir... Sem julgamento, muitas pessoas talvez não entendam e te julgue de diversas formas, o importante é você se respeitar nesse processo, silencie sua mente e sinta com toda intensidade esse turbilhão que assola sua mente e seu corpo.
Segundo passo, se você achar que está muito difícil sozinho, não tenha medo de procurar ajuda, eu enfrentei vivendo um dia de cada vez, e respeitando o meu tempo, a primeira vez que consegui sair de casa sozinha, foi uma vitória muito grande, senti muito medo, e tive muita vontade de voltar para trás, mas conversei comigo mesma e segui... foi uma caminhada no parque, na época que a vida estava começando a "normalizar" e dia após dia, fui enfrentando meus medos e seguindo com fé e coragem.
Até que veio a segunda onda... Dessa vez senti uma explosão de raiva muito intensa, me senti prisioneira de um vírus invisível, como se esse vírus fosse capaz de ditar o que podemos ou não fazer. Foi horrível, imagina você conseguir superar a crise de ansiedade e de repente se ver presa de novo, sem perspectiva de melhora, só de imaginar passar pelo mesmo processo, pela mesma dor novamente, pirei... Foi uma ira silenciosa e interna, mas que mexeu novamente com as minhas estruturas físicas e psicológicas.
Sendo bem sincera é um trabalho diário, de serenar a mente, acalmar o coração e simplesmente seguir, eu não sei o que esse ano nos espera, mas torço de coração, para que sejamos todos maiores que o covid, e que o novo normal não seja, sermos prisioneiros em nossas próprias casas.
E não pense que a dor do outro é frescura, não julgue, somos diferentes e sentimos tudo de maneira diferente, por isso principalmente nesse momento de incerteza que estamos vivendo, sejamos tolerante e compreensivos, que possamos estender a mão, ao invés de apontar o dedo.
Juntos Somos mais fortes....
♥♥♥
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